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Doce caos de Lima


Aqui em Lima é salve-se quem puder e com isso lido eu bem.


Aqui em Lima é salve-se quem puder, e com isso lido eu bem. As cidades muito organizadas provocam-me angústia na ponta dos dedos.


Lima é a capital e maior cidade do Peru. Está localizada nos vales dos rios Chillón, Rímac e Lurín, banhada pelo Oceano Pacífico na parte central do país. Com uma população de quase nove milhões de habitantes, a área metropolitana de Lima é a quinta maior da América do Sul e a quinta mais populosa da América Latina. Fundada a 18 de Janeiro de 1535 por Francisco Pizarro como a Cidade dos Reis passou a ser a capital do Vice-Reino do Peru durante o regime espanhol, e depois da independência do país passou a ser a capital do Peru. Ao ser fundada, recebeu o nome de Ciudad de los Reyes pelo território ter sido invadido pelos espanhóis no dia dos Reis, 6 de Janeiro. Muito original. No entanto, persistiu o nome indígena da região, pelo qual o novo centro urbano tornou-se conhecido como a cidade de Lima.


O Centro Histórico de Lima está classificado como Património Mundial da Unesco desde 1988. Nas edificações do centro histórico há muitíssimos balcões da época republicana que conferem uma característica muito singular à cidade de Lima.


Fiquei hospedada no JW Marriott, em Miraflores – um dos meus hotéis preferidos e que oferece um pequeno almoço também esse de reis. À frente do hotel, a 30 pernas de distância, há um centro comercial chamado Larcomar, com várias lojas e restaurantes de renome. A gastronomia peruana é considerada uma das melhores do mundo, por isso, aproveite para provar o prato ceviche, o limo saltado e uma Inca Kola. Aconselho o restaurante chamado Popular, com os seus pratos típicos e cheios de sabor, que o meu estômago não vai esquecer durante muito tempo.



E se tem uma pequena arqueóloga a viver dentro de si, não deixe de visitar a pirâmide de Huaca Pucllana, ainda em Miraflores, de 25 metros de altura. É considerada um dos mais importantes centros cerimoniais da cultura de povos pré-hispânicos no país. Quando eu quis ir até ao centro da cidade, andei um pouquinho e chamei um táxi. À antiga, com o braço esticado. Custou-me 25 Soles, a moeda do Peru. Os táxis são baratos e não há taxímetros, por isso negocie o valor da corrida antes mesmo de entrar no carro. A maioria da população fala os idiomas quíchua e aimará, línguas dos indígenas pré-colombianos. No entanto, nada de desespero, a língua oficial é o espanhol e eles até percebem bem o português.


Chegada ao centro histórico, comecei a minha visita a pé sem mapas e sem máquinas fotográficas, porque gosto de me confundir com os locais. Aconselho um pulo à Plaza de San Martín, que foi inaugurada a 27 de Julho de 1921 para comemorar o centenário da Independência do Peru. Nela foi instalado um monumento equestre a José de San Martín. Está rodeada de edifícios importantes como o Grande Hotel Bolívar e o Teatro Colón.



Outra praça importante de ser visitada é a Plaza de Armas, que está localizada no mesmo local onde em 1535 o conquistador Francisco Pizarro fundou a cidade. Fica mesmo no coração do centro histórico de Lima, que é cercada por prédios espetaculares, como o Palácio do Governo, a Catedral de Lima, a Casa do Magistrado e do Palácio do Arcebispo de Lima. Todos dignos de uma visita de médico.



A troca de guarda acontece aqui e pode ser assistida ao meio-dia.



Entrei na Catedral de Lima. O edifício actual, na Plaza de Armas, é o resultado de uma série de transformações por que passou o primeiro templo, de 1535, a última intervenção datando de 1940, em virtude dos danos sofridos em repetidos terramotos. Mesmo assim guarda alguns elementos ainda antigos, como o frontispício em pedra talhada. Está rodeada por quinze capelas, um dos quais contém os restos mortais do próprio conquistador Francisco Pizarro.



No interior existem altares em vários estilos, desde o barroco até ao neoclássico, muitas pinturas e esculturas, e um cadeiral em madeira entalhada que é uma das obras-primas da talha colonial peruana.



A cidade está cheia de influências coloniais e arquitectura inca. Sem dúvida que merece uma visita. Dá para ver tudo do centro da cidade num dia.


No Peru, o risco de sismos é elevado por estar na fronteira de duas placas tectónicas, mas se serve de conforto, por todo o lado se encontram alertas para zonas seguras em caso de sismo. Assim como, em Miraflores, me apercebi de várias rotas de evacuação ao largo da costa, em caso de tsunami.


Antes de escurecer, ainda fui ver o Cristo do Pacífico, que está no alto de uma colina chamada Morro Solar. A escultura de 22 metros de altura foi feita no Brasil e transportada por partes para o Peru. Legalmente. O local tem um significado histórico, porque ali aconteceu uma batalha importante na guerra do Pacífico no século XIX. Mas vá de táxi, porque é um bocadinho perigoso subir o morro a pé. E depois alguém vai ter de o descer. À noite. No entanto, dessa colina, vi o melhor pôr do sol de sempre, num silêncio tranquilizador que contrasta grandemente com os sons da cidade de Lima lá em baixo – uma mistura perfeita de buzinas insistentes e gritos repetitivos de homens pendurados nas portas das camionetas indicando os nomes dos bairros para onde se dirigem. O transporte clandestino é ainda bastante comum e os preços são cobrados de acordo com a distância percorrida.



Um destino popular dessas camionetas é o bairro boémio do Barranco. Além de parques bonitos, tem os melhores restaurantes, bares e discotecas da cidade. Uma das bebidas mais pedidas é o Pisco Sour, preparada com pimenta, limão, clara de ovos, canela e pisco – uma aguardente típica peruana. Tão característica e tradicional quanto a querida Cuca de que os meus pais ainda hoje falam. Mas visite o bairro do Barranco também durante o dia. Para além da sua alma boémia, tornou-se recentemente no centro cultural da cidade, com lojas de design e galerias de arte a abrir em todo o bairro tão rapidamente quanto flores na Primavera, acrescentando ainda mais valor às mansões que por ali foram construídas. Vale também uma visita a Puente de los Suspiros. Diz a lenda que se fizer um pedido e a atravessar completamente sem respirar, o seu desejo será realizado. Mais um bom motivo para deixar de fumar.



Outra curiosidade de Lima é o facto de não chover na cidade. Ou pelo menos não chove condignamente, contou-me o senhor Oscar – um dos recepcionistas simpáticos do hotel. Aparentemente ninguém usa nem sequer tem um guarda-chuva em casa. Menos uma coisa para guardar na sua mala de cabine.A cidade de Lima é também a porta de entrada para quem quiser ir até à cidade perdida dos Incas, Machu Picchu, e a outros Patrimónios da Unesco no Peru, como Cusco e Arequipa. Mas estes ficam guardados para uma próxima aventura.


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